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Transtorno do Pânico: Sintomas, Causas e Como Identificar uma Crise de Pânico

Atualmente vivemos num contexto social agitado e conturbado refletindo nas relações de trabalho, estudo, amizades, relacionamentos pessoais, opiniões políticas, saúde, segurança, e condições sócio/econômicas, que acabam provocando sentimentos de desilusão e impotência nas pessoas. Além disto, a exigência de um novo estilo de vida que visa o imediatismo, o prazer a qualquer custo, rapidez e a excelência em tudo o que queremos e fazemos, onde a espera passa a ser intolerável. Diante deste cenário as pessoas passaram a sofrer de ansiedade e a capacidade que o indivíduo tinha de esperar fica no seu limite, tudo é para agora, já!

Neste contexto a grande protagonista passa a ser a ansiedade que gera um sofrimento psicológico e um estado de alerta constante e estressante, este estado de alerta com o tempo leva a quadros mais complicados como, por exemplo, a crises de pânico ou pânico. De acordo com, MENEZES, 2005, quando a resposta emocional de ansiedade é muito intensa e repentina “temos uma crise de pânico, que na verdade é um ataque agudo de ansiedade. Numa crise de pânico a pessoa experimenta um medo intenso e avassalador, acompanhado de sintomas físicos e emocionais, muitas vezes achando que algo catastrófico pode acontecer a qualquer momento”.

Segundo o CID-10, “O transtorno de pânico ou ansiedade paroxística episódica, são ataques recorrentes de ansiedade grave (pânico), os quais não estão restritos a qualquer situação ou conjunto de circunstâncias em particular e que são, portanto, imprevisíveis. Assim como em outros transtornos de ansiedade, os sintomas dominantes variam de pessoa para pessoa, porém, início súbito de palpitações, dor no peito, sensações de choque, tontura e sentimentos de irrealidade são comuns. Quase sempre há um medo secundário de morrer, perder o controle ou ficar louco. Um indivíduo em um ataque de pânico frequentemente experimenta um crescendo de medo e manifestações clínicas referentes ao funcionamento do sistema nervoso autônomo, que controla funções corporais involuntárias, como frequência cardíaca, pressão arterial, sudorese, o que resulta em uma saída usualmente apressada, de onde quer que esteja. Ataques de pânico constantes e imprevisíveis produzem  medo de ficar sozinho ou ir a lugares públicos”.

Veja a seguir alguns sintomas que podem ocorrer numa crise ou ataque de pânico.


Dispneia ou sensação de asfixia, vertigem, palpitações ou taquicardia, tremor, sudorese excessiva, sensação de sufocamento, sensação de morte iminente, náuseas ou desconforto abdominal, despersonalização ou distorções de percepção da realidade, anestesia ou formigamento, ondas de calor ou calafrios, dor ou desconforto no peito e um medo intenso de enlouquecer ou cometer ato descontrolado.

Segundo a psiquiatra Dra Ana Beatriz Barbosa Silva​, o cérebro produz substâncias chamadas neurotransmissores, que são responsáveis pela comunicação que ocorre entre os neurônios. Um desequilíbrio na produção destes neurotransmissores pode levar algumas partes do cérebro a transmitir informações e comandos incorretos. Isto é exatamente o que ocorre em uma crise de pânico: existe uma informação incorreta alertando e preparando o organismo para uma ameaça ou perigo que na realidade não existe. É como se tivéssemos um despertador que passa a tocar o alarme em horas inapropriadas. Os neurotransmissores que se encontram em desequilíbrio são: a serotonina e a noradrenalina.

O transtorno do pânico é considerado um problema sério de saúde, que acomete 2% a 4% da população mundial. Estudos revelam que as mulheres apresentam duas a quatro vezes mais chances de ocorrências que os homens.

Os portadores do transtorno do pânico, em sua maioria, são pessoas jovens (entre 15 e 30 anos de idade), que se encontram na plenitude de suas vidas profissionais, o que não exclui a ocorrência em qualquer faixa etária. Existe uma variedade de tratamentos. O mais importante é que se introduza um tratamento que vise restabelecer o equilíbrio bioquímico cerebral, numa primeira etapa. Isto pode ser feito através de medicamentos.

Numa segunda etapa o paciente deve ser preparado para enfrentar seus limites e as adversidades vitais de maneiras menos estressante, por meio da psicoterapia.

Gorete Alencar

Gorete Alencar

CRP 06/28463 - Psicóloga com formação em Psicologia pela UNG e especialização em Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Gorete traz uma abordagem acolhedora e integrativa para o atendimento clínico. Sua experiência abrange avaliação, intervenção e desenvolvimento humano, atuando com psicoterapia analítica e TCC, além de atendimento a casais e famílias, sempre focada em criar um ambiente seguro onde seus pacientes possam explorar suas emoções e desenvolver recursos internos para enfrentar desafios cotidianos com maior equilíbrio e autoconfiança.